domingo, 22 de julho de 2012

Mudanças

   É... aqui estou novamente. Como se já não tivesse me acostumado, mais uma vez me espanto com as mudanças. Vou vivendo dia após dia sem perceber o quão diferente tudo está. Olho ao redor e não reconheço as coisas e nem as pessoas. Os lugares que me eram tão familiares se tornaram vazios e cheios de mágoa.
   Parando para pensar, vejo minha vida há um ano atrás. Eu estava em Buenos Aires, aproveitando as férias da melhor maneira possível. Tinha meus probleminhas bobos e me preocupava com questões idiotas. Na última semana das férias de inverno, fui assaltado e quebrei a mão. Sim, foram férias emocionantes e cheias de experiências. Agora me vejo aqui. Moro sozinho há mais de quatro meses, longe das pessoas que me cercavam. Me afastei de muita gente por alguns motivos que só eu entendo. De alguns, tentei me aproximar. Conheci pessoas incríveis e que pretendo levar para toda a vida, mas nada é igual. Mudar me assusta. Tudo me assusta.
   Tentei me acostumar com uma nova rotina, e a solidão conquistou meu ser. Me sinto leve enquanto sozinho. Me conheço tão bem... Estar comigo mesmo e com meus pensamentos me fazem sorrir, por mais que isso pareça meio triste às vezes. A gente leva tanta pancada sem ninguém para nos proteger, que acabamos por nos tornar fortes sem outra opção. Daí parecemos frios e sem coração, mas ninguém entende os motivos que nos levaram a tal modo de ser. As decepções, para não deixar de lado, são inúmeras... Principalmente as vindas de quem amamos.
   Segurar as pontas é algo que tento fazer todos os dias. Reconfortar quem amo e apaziguar tudo. Confesso que não é tão simples quanto parece. A gente se machuca aos poucos, e a única maneira que me sinto melhor, é expondo tudo isso da maneira que estou fazendo.
   Alguém, há pouco tempo atrás, me ensinou que é preciso sonhar, mesmo que o sonho pareça no mínimo improvável. É isso um dos fatores que me motivam a continuar firme: a esperança.
   Minhas férias chegaram na metade e ainda não fiz praticamente nada do que pretendia. Não acho que farei. Odeio compromissos.
   Acabo dando boas risadas quando me chamam de revoltado, grosso ou mal educado. Só vou explicar de uma forma bem simples o porquê de eu ser assim: Tenho problemas como qualquer pessoa, mas quando alguém tenta se meter na minha vida, eu não deixo. Falo o que tenho que falar e faço o que é preciso ser feito.
   Sou como qualquer outro ser humano: cheio de esperança e expectativas. Quero me apaixonar, viver intensamente e sem se preocupar com nada. Sei que é improvável, pois é difícil viver sem preocupações, mas isso não é o bastante para acabar com esse objetivo. Acredito que vivamos de fases, e por mais difícil que esteja sendo a fase que estou no momento, sei que passarei para outra - cheia de alegrias - em breve.
   Com isso, acabo o desabafo. Deixo exposta a minha certeza de que algo melhor virá logo.