quinta-feira, 28 de julho de 2011

Palavras

   Quando nos deparamos com nós mesmos, percebemos o quão sozinhos somos. Toda aquela história de 'conte sempre comigo' e 'amigos para sempre' se revelam como realmente são: palavras. Jogadas ao vento como algo qualquer, sem significado ou qualquer pretenção. Afinal de contas, não deixamos de ser como as próprias palavras...

domingo, 17 de julho de 2011

Olhares

   As horas me apressam e meus longos passos me cansam. Caminho rápido, sem destino, apenas observando o mundo ao meu redor. As pessoas passam e seus olhos me atravessam, como se processando uma lista de informações de defeitos. Elas me julgam sem nem saber quem sou. Mas meu olhar sarcástico e debochado mostra o quão importante são seus conceitos desconhecidos, pois minha felicidade não se resume em pensamentos desnecessários, muito menos em conceitos defeituosos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Still Friends?


   A noite está inquieta. As pessoas ao meu redor parecem impacientes e ansiosas, como se esperando que algo ruim aconteça. Seus olhos piscam a cada poucos segundos e das suas mãos saem tremores magnéticos.
   Não foi um dia feliz. A tristeza tomou conta do meu ser de repente. Inundou minha noite e se apropriou do que deveria ser minha alegria. Maldita genética! Herdei a incontrolável mania do ciúme, e principalmente de quem não devo. Presencio a mudança nas pessoas, e isso não me agrada. Sempre pensei que se era para mudar, deveríamos fazê-lo sempre para melhor, e mesmo mudando de opiniões e idéias, não deveríamos mudar a nossa essência, o que acreditamos e, principalmente, quem somos.
   Presenciei a mudança de pessoas que até então pensei conhecer tão bem, e acabei me decepcionando demais. Atitudes que discriminaríamos se tornaram seus hábitos, e a mim só restaram as lembranças de uma época boa da minha vida, onde a amizade ficaria acima de tudo. Onde o amor que dizíamos sentir, era verdadeiro. Ou então pensei que fosse. Todas as promessas de amigos para sempre desapareceram com o tempo, talvez por negligência ou pelas malditas mudanças.
   Saudade é algo que não existe entre pessoas de uma mesma localidade. Desculpas são estúpidas e sem nexo. Falta de tempo? Isso é algo relativo. Tempo não se tem, se consegue. Se não o conseguimos, é porque não o queremos. É errado também correr atrás de alguém que não liga. Se temos sentimentos por tal pessoa, qualquer um, que seja recíproco ou inexistente, pois ao contrário só será dor.
   Cada amizade é única, e se nos distanciamos de um ‘amigo’ para ficar com outro, é porque tal amizade nunca existiu. Talvez até possamos nos enganar com os sentimentos e pensar que existiram, mas nunca é tarde demais para fazer o certo: se distanciar. Se tal ‘amigo’ procurar, talvez ainda se importe, pelo menos um pouco, caso contrário, a vida continua com pessoas novas e incríveis ainda desconhecidas, que farão a nossa felicidade.
   Uma frase que li no we heart it, e amei, diz o seguinte: To love, is nothing. To be loved, is something. To love and be loved, is everything (Amar não é nada. Ser amado é alguma coisa. Amar e ser amado, é tudo).
    O vento me assusta, passa rápido e dá de encontro à minha janela. O estrondo é forte e familiar. Parece o som que imaginamos em certas cenas de livros de terror, que são bastante usuais em filmes de suspense. Imagens da minha infância passam na minha mente e me fazem lembrar de como a vida era simples e fácil. Os sentimentos eram presentes, mas não chegavam a ser, de maneira alguma, um problema. As brigas se resolviam sozinhas e começavam sem motivos. Mesmo assim, não trocaria meus sentimentos de hoje para voltar a ser criança. As melhores coisas da minha vida aconteceram na minha adolescência, e espero que coisas melhores ainda estejam para acontecer.
   Assim como o vento rápido que passa levando tudo que está ao seu alcance, eu também me vou, rápido e certeiro. Uma noite de sono me aguarda, e amanhã será um novo dia. Um dia sem a tristeza, que certamente será levada pela ventania.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

You look so beautiful


   Meus ossos doem. O frio me castiga, mas ao mesmo tempo me dá uma sensação boa. Sinto como se meu corpo estivesse inerte a um cubo gigante de gelo, onde não o controlo, e a única certeza que tenho é que você está em algum lugar, esperando por mim.
   Acordo de manhã e dou um sorriso bobo com a música que sempre me desperta. Percebo que mais um dia começa, mas me falta a coragem de levantar e me preparar para mais uma longa jornada na escola. Vou adiando ao máximo, e quando não me resta outra opção, dou um pulo, me vestindo o mais rápido que posso para não passar frio.
   Quando viro as costas para o meu quarto, milhares de imagens me passam pela cabeça, como um filme em um segundo. Fico tonto, e me escoro na parede. Sinto como se alguém estivesse me segurando, e vou até a cama. Me deito, e caio em um sonho acordado.
   Meu amor, você está linda hoje! Não consigo desviar meu olhar, seu peito e seu corpo me chamam a atenção. Você é como um imã para mim. Me atrai de uma maneira tão forte, que é impossível resistir. Seus olhos me fixam, cheios de vontade. Você sabe que pode me ter quando quiser. Você se aproxima rápido, mas não o bastante. Desperto assustado de mais um sonho incrível.
   Como eu desejo você aqui comigo. Acordar e te sentir. Onde olho, te vejo: sempre, em todo o lugar. Tenho medo de te perder para qualquer um. Não quero que se prenda a alguém como eu, quando pode ter quem quiser aos seus pés, mas é que o que sinto realmente é verdadeiro. Sei que tudo está contra nós, mas quero que saiba que passarei por cima de tudo e de todos para te ter. Lutarei todas as batalhas, e no final, vencerei a guerra. E meu prêmio? Você. Você é tudo que eu poderia querer, e muito mais.
   Verifico as horas no meu celular e me assusto: O tempo praticamente não passou! Foi como se tudo, o sonho e os pensamentos, tivessem acontecido em poucos segundos!
   Me  levanto aos poucos, com a certeza de que estou bem, e vou rumo ao dia. Os raios de sol inundavam a sala com um sorriso. Com o seu sorriso. Eles penetravam na minha pele e me faziam sentir arrepios, percebendo cada milímetro que me cobria. O vento cessou, me convidando a partir. Com um sorriso abobado no rosto, mochila nas costas, e você nos pensamentos, saio de casa feliz e pronto para mais um longo dia.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

The time


   Estou mais uma vez aqui, sozinho e pensativo em um lugar onde as idéias fluem. Está frio, os pássaros silenciam, as folhas caem, secas e leves, e o meu silêncio conversa hesitante com o ar. A fumaça que se apresenta com a minha respiração é pesada e quente, o que me lembra alguns sentimentos bastante presentes na minha vida. O som das folhas caindo, sussurram ao meu ouvido palavras confortantes que me fazem sentir bem e seguro. Um sorriso bobo me escapa, como uma lágrima em despedidas: Impossível de controlar.
   Uma palavra interessante se desenha em meus pensamentos e faz com que minhas idéias se acelerem e tomem rumos perigosos: tempo.
   Tempo, uma droga. Remédio para uns, tortura para outros. Poderia ser sinônimo de medo, pois é o que sinto em relação a ele. Medo das coisas que farão meu futuro, das coisas que se dissiparão, medo de ter esperanças e sonhos esmagados e acabados. Ele é capaz de mudar tudo: Aspectos físicos como o envelhecimento de toda e qualquer coisa e a personalidade e jeito das pessoas. Tem também a capacidade de apagar memórias, ou pelo menos maquiá-las para não serem lembradas por um tempo, até que algo aconteça.
   Como remédio, é o que mais demora a fazer efeito, mas que infelizmente é a única cura em alguns casos. Cura incerta que pode acabar em uma fração de segundo, seja por um olhar, um “oi” ou então um pensamento avulso qualquer. São raros os que cicatrizam totalmente.
   Com o tempo, vem a esperança. Esperança de alguma conquista na vida, ou então apenas de conhecer alguém especial. Encontrar alguém distante, dar um abraço familiar que se encontra em difícil acesso, ou apenas uma saída com os amigos.
   Este vai passando, e com ele mais um dia acaba. O céu, cheio de estrelas e com uma enorme lua, dá boas vindas à noite. O frio fica cada vez mais evidente e me obriga a tomar rumo a minha casa. No caminho, o tempo me acompanha como se querendo bater uma eletrizante e mortal corrida, pois vai correndo tão rápido, que é difícil de acompanhar.
   Mesmo com toda a sua pressa, ele nunca me deixa para trás. Até porque ele nada mais é, do que invenção da própria mente humana.