sexta-feira, 1 de julho de 2011

The time


   Estou mais uma vez aqui, sozinho e pensativo em um lugar onde as idéias fluem. Está frio, os pássaros silenciam, as folhas caem, secas e leves, e o meu silêncio conversa hesitante com o ar. A fumaça que se apresenta com a minha respiração é pesada e quente, o que me lembra alguns sentimentos bastante presentes na minha vida. O som das folhas caindo, sussurram ao meu ouvido palavras confortantes que me fazem sentir bem e seguro. Um sorriso bobo me escapa, como uma lágrima em despedidas: Impossível de controlar.
   Uma palavra interessante se desenha em meus pensamentos e faz com que minhas idéias se acelerem e tomem rumos perigosos: tempo.
   Tempo, uma droga. Remédio para uns, tortura para outros. Poderia ser sinônimo de medo, pois é o que sinto em relação a ele. Medo das coisas que farão meu futuro, das coisas que se dissiparão, medo de ter esperanças e sonhos esmagados e acabados. Ele é capaz de mudar tudo: Aspectos físicos como o envelhecimento de toda e qualquer coisa e a personalidade e jeito das pessoas. Tem também a capacidade de apagar memórias, ou pelo menos maquiá-las para não serem lembradas por um tempo, até que algo aconteça.
   Como remédio, é o que mais demora a fazer efeito, mas que infelizmente é a única cura em alguns casos. Cura incerta que pode acabar em uma fração de segundo, seja por um olhar, um “oi” ou então um pensamento avulso qualquer. São raros os que cicatrizam totalmente.
   Com o tempo, vem a esperança. Esperança de alguma conquista na vida, ou então apenas de conhecer alguém especial. Encontrar alguém distante, dar um abraço familiar que se encontra em difícil acesso, ou apenas uma saída com os amigos.
   Este vai passando, e com ele mais um dia acaba. O céu, cheio de estrelas e com uma enorme lua, dá boas vindas à noite. O frio fica cada vez mais evidente e me obriga a tomar rumo a minha casa. No caminho, o tempo me acompanha como se querendo bater uma eletrizante e mortal corrida, pois vai correndo tão rápido, que é difícil de acompanhar.
   Mesmo com toda a sua pressa, ele nunca me deixa para trás. Até porque ele nada mais é, do que invenção da própria mente humana.

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