quarta-feira, 6 de julho de 2011

Still Friends?


   A noite está inquieta. As pessoas ao meu redor parecem impacientes e ansiosas, como se esperando que algo ruim aconteça. Seus olhos piscam a cada poucos segundos e das suas mãos saem tremores magnéticos.
   Não foi um dia feliz. A tristeza tomou conta do meu ser de repente. Inundou minha noite e se apropriou do que deveria ser minha alegria. Maldita genética! Herdei a incontrolável mania do ciúme, e principalmente de quem não devo. Presencio a mudança nas pessoas, e isso não me agrada. Sempre pensei que se era para mudar, deveríamos fazê-lo sempre para melhor, e mesmo mudando de opiniões e idéias, não deveríamos mudar a nossa essência, o que acreditamos e, principalmente, quem somos.
   Presenciei a mudança de pessoas que até então pensei conhecer tão bem, e acabei me decepcionando demais. Atitudes que discriminaríamos se tornaram seus hábitos, e a mim só restaram as lembranças de uma época boa da minha vida, onde a amizade ficaria acima de tudo. Onde o amor que dizíamos sentir, era verdadeiro. Ou então pensei que fosse. Todas as promessas de amigos para sempre desapareceram com o tempo, talvez por negligência ou pelas malditas mudanças.
   Saudade é algo que não existe entre pessoas de uma mesma localidade. Desculpas são estúpidas e sem nexo. Falta de tempo? Isso é algo relativo. Tempo não se tem, se consegue. Se não o conseguimos, é porque não o queremos. É errado também correr atrás de alguém que não liga. Se temos sentimentos por tal pessoa, qualquer um, que seja recíproco ou inexistente, pois ao contrário só será dor.
   Cada amizade é única, e se nos distanciamos de um ‘amigo’ para ficar com outro, é porque tal amizade nunca existiu. Talvez até possamos nos enganar com os sentimentos e pensar que existiram, mas nunca é tarde demais para fazer o certo: se distanciar. Se tal ‘amigo’ procurar, talvez ainda se importe, pelo menos um pouco, caso contrário, a vida continua com pessoas novas e incríveis ainda desconhecidas, que farão a nossa felicidade.
   Uma frase que li no we heart it, e amei, diz o seguinte: To love, is nothing. To be loved, is something. To love and be loved, is everything (Amar não é nada. Ser amado é alguma coisa. Amar e ser amado, é tudo).
    O vento me assusta, passa rápido e dá de encontro à minha janela. O estrondo é forte e familiar. Parece o som que imaginamos em certas cenas de livros de terror, que são bastante usuais em filmes de suspense. Imagens da minha infância passam na minha mente e me fazem lembrar de como a vida era simples e fácil. Os sentimentos eram presentes, mas não chegavam a ser, de maneira alguma, um problema. As brigas se resolviam sozinhas e começavam sem motivos. Mesmo assim, não trocaria meus sentimentos de hoje para voltar a ser criança. As melhores coisas da minha vida aconteceram na minha adolescência, e espero que coisas melhores ainda estejam para acontecer.
   Assim como o vento rápido que passa levando tudo que está ao seu alcance, eu também me vou, rápido e certeiro. Uma noite de sono me aguarda, e amanhã será um novo dia. Um dia sem a tristeza, que certamente será levada pela ventania.

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