Volto aqui mais uma vez. O vento me faz sentir calafrios, mas também confortável. Me sento no chão, de encosto a uma árvore seca. O orvalho que está presente na grama as faz brilhar, e sinto minhas costas molhadas. Mesmo com um grosso casaco, finas gotículas de água escoaram de encontro ao meu corpo, me fazendo tremer. Da minha boca escapa um gemido: fraco e quente. Percebo a solidão que se faz ao meu redor.
Ás vezes me sinto como o vento. Invisível, mesmo quando as pessoas sabem que estou ali. Como o vento, sou capaz de afastar as coisas, boas ou ruins, ao meu redor. Gosto de acreditar que tudo acontece porque tem que acontecer. Isso me alivia e me traz esperança.
Um pedacinho de uma música encheu meus pensamentos. Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre, sempre acaba? Pois é... parte do para sempre acabou acabando. Não foi inevitável, mas aconteceu. Acho que o tempo tem esse poder... de desgastar e acabar com as coisas. Não acredito que os sentimentos verdadeiros são eternos. São eternos enquanto duram, mas eles podem acabar enfraquecendo até virarem somente lembranças.
Queria que tudo mudasse e voltasse a ser o que era... Ou não. Com todas as mudanças que aconteceram, me tornei diferente. Não sei se alguém melhor para os outros, mas melhor para mim. E isso é o que mais me importa agora.
Um pingo cai na ponta do meu nariz e interrompe as lembranças que me preenchiam. Aos poucos fui tomando consciência do que estava acontecendo. Me coloquei de pé, e lentamente comecei a caminhar rumo à minha casa. A lua me fita, inóspita e translúcida. Ao longe se vê um movimento qualquer, mas fora isso, caminho sozinho.
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