sábado, 18 de fevereiro de 2012

Changing



Entre idas e vindas, aqui encontro-me novamente. Como de costume, o usual se fora e no lugar dele faz-se algo totalmente novo. Foram tantas expectativas, idéias e pessoas, que aquele futuro utópico se mostrou apenas uma realidade pouco distante. As pretenções foram mais além, e a vontade se tornou uma força de certeza que fará tudo possível. O desejo de mudar se tornou gigante e só me motivou. Agora penso maior.
   Meus olhos, com muita dificuldade, se erguem e vão de encontro a uma nuvem que abriga o sol. Ouço os passos de pessoas seguindo seus caminhos. Alguns firmes, outros vagarosos. Mas sempre seguindo em frente. São raros os carros que passam pela rua, e seus sons se fundem ao de diversas espécies de pássaros que vivem por aqui. O cheiro de grama recém-cortada me faz espirrar. Aos poucos, fecho os olhos e me escoro numa árvore. Sentir o solo seco na pele me faz sentir sujo, mas pouco me importo. Meus pensamentos voam longe, enquanto sinto o calor esquentar cada centímetro da minha pele.
   Pessoas não me importam mais. Meus objetivos são outros. O sentimentalismo acaba fazendo sofrer quem não merece, e os motivos se revelam sempre idiotas. Tracei objetivos, e vou me entregar por completo para realizá-los. Essa é uma das minhas únicas certezas. E o melhor de tudo, é que não dependo de ninguém para isso. É algo que farei sozinho. Algo que farei por mim mesmo. Chegou a hora de ser egoísta e fazer algo para crescer. Evoluir. Vivemos em fases, e finalmente cheguei no chefão. Será difícil? Muito. Mas tudo vai ficar bem. Vou sentir orgulho de tudo que farei, e chegarei no final deste ano com a certeza de que foi um ano muito bem aproveitado. Estou empolgado e excitado com a idéia. Agora é só dedicação. Não sou o tipo de pessoa que perde tempo. Sou decidido. Gosto das certezas.
   Enquanto volto à realidade, olhos me fitam. As pessoas tentam imaginar o que faz um garoto sozinho em um lugar como este. Olhos curiosos e cheios de malícia passam rápidos, tentando fingir indiferença. Acostumado com isso, nem tento lançar um olhar de reprovação em resposta. Apenas ignoro, como de costume, e sigo meu caminho sem depender da opinião dessas pessoas sem preocupações, que se ocupam da vida dos outros para existir.

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