Sorriso bobo

   Aqui nos encontramos. O vento bate em meus cabelos e o orvalho que cobre toda a extensão da grama umedece meus pés descalços. Meu peito nu, iluminado pelos postes que se fazem em forma de círculo em torno do campo, implora pelo teu toque. Nossos olhos se encontram, e respiro fundo. Seus olhos escuros, negros como uma noite sem estrelas, cheios de emoção e sentido.

   Tua mão vem em direção à minha. O contato me faz estremecer. Coloco a outra mão no teu peito e sigo em direção à tua boca. Toco teus lábios, macios e vermelhos. Sinto teu bafo quente e sou invadido por uma onda que me faz arrepiar. Me aproximo e encosto meu peito no teu também nu enquanto acaricio seus cabelos. Minha boca implora pelo teu beijo, e meu coração, já rendido, se acelera. Encosto os lábios na tua clavícula e vagarosamente beijo ao redor do teu pescoço. Com sutileza, chego na tua boca. Te sinto como nunca senti antes.

   De repente acordo com um sorriso bobo e percebo que tudo foi um sonho. Mas afinal, o que seria tão perfeito senão um sonho?