Depois de um longo período em que a chuva persistiu longa e forte, sigo o habitual caminho a curtos passos. O cheiro de grama recém cortada inunda meus sentidos e traz tranquilidade. Em meio ao cinza, fracos raios de sol iluminam as pedras mal colocadas em meio a calçada. O vento é agressivo e junto a ele, folhas secas dançam livremente.
Meus pensamentos se resumem a lembranças. Lembranças principalmente de um fato recente que aconteceu sem pretensões. Olhares antigos, desejos escondidos e, finalmente, o ato. A maneira como a conversa se fez, a coragem apareceu e os lábios se encontraram. Como em sintonia, se moviam em harmonia enquanto os corpos se entendiam. A música alta auxiliava no ritmo e tudo ia se desenrolando rápido demais, até que acabou.
Ainda a curtos passos, fito tudo ao redor. Pouquíssimas pessoas. Por mais que o tempo pareça demasiadamente agradável, talvez não seja um bom dia para caminhar sem rumo. Inteiramente voltado ao meu mundo de vontades e ilusões, sou despertado por um sinal de mensagem, o qual ignoro completamente e continuo voando longe. O céu torna a se fechar e uma grossa gota cai na ponta do meu nariz. Erguendo a cabeça, me deparo com um cinza profundo que denuncia um temporal. Dando meia volta, vou de encontro ao meu lar, mas dessa vez a passos largos. A imagem de certo alguém se fez mais uma vez na minha mente e, inconscientemente, um sorriso bobo escapou. Sim, a lembrança de tal noite me faz sorrir e querer loucamente uma sessão remember.
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